No dia em que a Lei Maria da Penha completa 17 anos, próxima segunda-feira (07), a Comissão de defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado promove a audiência pública "A importância da Marcha das Margaridas para o enfrentamento à violência de gênero em Pernambuco". O evento acontece a partir das 9h, no auditório Sérgio Guerra da ALEPE e tem como objetivo debater adversidades, preconceitos e dificuldades enfrentadas pelas mulheres, num recorte interiorizado e rural. Deputadas estaduais integrantes da Comissão, como a Delegada Gleide Ângelo (PSB), Rosa Amorim (PT) e Dani Portela (PSOL), bem como demais parlamentares estaduais e federais, senadores, representantes dos municípios e de movimentos populares já confirmaram presença na audiência.
A Marcha das Margaridas, que acontece este mês em Brasília, é o maior movimento político de mulheres da América Latina e Pernambuco está entre os estados com uma das maiores delegações do país. Desta maneira, a Comissão da Mulher da ALEPE, numa iniciativa inédita, reconhece e
se une ao movimento, promovendo mais um espaço democrático e comunitário para o debate de criação, aperfeiçoamento e monitoramento de políticas públicas que cheguem às mulheres, atentando para as especificidades da dinâmica da vida rural pernambucana.
"As pesquisas mostram que uma a cada quatro mulheres com mais de 16 anos foi atacada física, psicológica ou sexualmente. O quadro em si já é alarmante, mas torna-se ainda mais severo quando analisamos a situação das mulheres do campo, rurais e quilombolas que, estruturalmente, já enfrentam mais dificuldades para denunciar”, ponderou a presidente da Comissão, deputada Delegada Gleide Ângelo, que lembrou ainda que fatores como a distância de serviços de saúde e segurança, o medo de denunciar, o isolamento e até a vergonha naturalizam as agressões e desincentivam as vítimas a buscarem ajuda.
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de segurança Pública, só no ano passado, o Brasil teve pelo menos 32.448 denúncias de mulheres que foram vítimas de violência doméstica e familiar em zonas rurais. Entretanto, esse número pode ser ainda maior, já que a subnotificação dos casos de violência ainda é uma realidade recorrente. "É preciso compreender que a violência física e sexual contra a mulher é um dos últimos estágios de uma violência de gênero estrutural e institucionalizada, na medida em que são oferecidas condições desiguais as essas mulheres, com menos acesso à educação, baixa escolaridade, falta de autonomia econômica, além da desvalorização do seu trabalho em vários níveis, como a restrição ao acesso a uma simples de crédito, por exemplo”.
MARGARIDAS — A 7ª edição da Marcha das Margaridas acontecerá em Brasília nos dias 15 e 16 de agosto de 2023, sob o tema “Margaridas em Marcha pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”. O movimento é inspirado na vida e luta de Margarida Maria Alves, sindicalista rural paraibana assassinada há 40 anos a mando de fazendeiros da região. Margarida foi a primeira mulher a presidir o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do nordeste e defendia pautas como o registro em carteira de trabalho, jornada diária de trabalho de oito horas, direito ao 13º salário e às férias.
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Imagens — Américo Santos
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